segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

As "escolhas de Marco Silva" II

Livro: Sociedade da Informação - O percurso português – Dez Anos de Sociedade da Informação. Análise e Perspectivas.
Publicado a 27 de Setembro de 2007, data que assinala os 10 anos da Sociedade da Informação em Portugal, pela APDSI – Associação para a Promoção e Desenvolvimento da Sociedade da Informação. A coordenação é de José Dias Coelho, presidente da associação, sendo o prefácio de Jorge Sampaio. Segundo Carlos Zorrinho “O livro é uma fotografia da Sociedade da Informação em Portugal mas não é estática, tem relevo, percebemos o ADN e a sua estrutura”.

Link: http://www.apdsi.pt/

As "escolhas de Marco Silva" I

Manual "Tecnologias de Informação sem Barreiras no Local de Trabalho", publicado pela UTAD, em 2004 e executado pelo CERTIC. A versão digital do Manual e a informação sobre os conteúdos do CD-ROM que o acompanham pode ser consultada neste sítio Web: http://www.acessibilidade.net/trabalho/

domingo, 20 de janeiro de 2008

Sinal de perigo?

Foi hoje divulgada no Telejornal da RTP, o “Plano de Reorientação das Escolas Especiais”, que pretende “pôr todos os alunos, com e sem deficiência, nas escolas regulares”, numa perspectiva de escola inclusiva.

Na origem do novo modelo está a constatação de que são já cerca de 28 mil os alunos com deficiência nas escolas regulares. Em contrapartida, segundo o governo, as escolas especiais têm sofrido um gradual decréscimo de frequência (menos 55 por cento, segundo o DGIDC, que os oito mil de há 30 anos).

Pretende este novo plano transformar as escolas especiais a “centros de recursos” de apoio a professores, pais e alunos, assegurando igualmente uma resposta educativa para os casos mais complexos.

Será que nesta “escola inclusiva”, os alunos com deficiência passarão a ter uma capacidade de desempenho semelhante aos seus novos colegas? Ou não terão os seus novos professores, a maioria dos quais sem qualquer preparação específica, de dar particular atenção a estes alunos, numa tentativa de que estes aproveitem minimamente os seus ensinamentos, em prejuízo dos restantes colegas? Mais uma vez, tal como com os fechos, mal explicados, de Urgências, hospitais, maternidades e escolas no interior do país, tudo parece resumir-se a números.

Acessibilidade

Todos os cidadãos têm o direito de utilizar todos os benefícios das novas oportunidades proporcionadas pela sociedade da informação. A info-exclusão trará sempre prejuízos para as sociedades, sobretudo numa altura em que a informação se apresenta cada vez mais como o pilar fundamental da produtividade e da competitividade.
As pessoas com deficiência e os mais idosos experimentam por vezes dificuldades de acesso às novas tecnologias e serviços, na medida em que podem ser criadas inadvertidamente algumas barreiras pela própria sociedade da informação. Os problemas de acessibilidade também podem ser criados por determinadas condições ambientais e sociais. É necessário desenvolver esforços que diminuam a desadaptação da tecnologia a certos grupos de cidadãos com deficiências. As tecnologias da informação oferecem um grande potencial para que cidadãos com deficiências físicas e mentais consigam uma melhor integração na sociedade. As tecnologias e os serviços de informação podem ajudar a ultrapassar determinadas barreiras sociais e ambientais que são encontradas tradicionalmente pelas pessoas com deficiência e pelos mais idosos.

Planos de acção:
Os surdos-mudos – criação de interfaces gráficos como forma de comunicação e de expressão dos seus sentimentos e pensamentos.

Cidadãos com deficiências visuais – potenciar o desenvolvimento de sintetizadores de voz em língua portuguesa adequados à conversão de texto digital em discurso sintetizado compreensível.

Cidadãos com deficiências mentais e crianças com atrasos de desenvolvimento – criação de programas especiais e de jogos orientados para estimular o desenvolvimento das suas capacidades intrínsecas, de forma a ajudar a sua plena integração na sociedade e na vida activa.


Alguns projectos implantados:

Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID) – projecto levado a cabo pela Escola Superior de Educação de Leiria, graças à iniciativa de Célia Sousa, visa a criação de condições para o acesso dos cidadãos deficientes às tecnologias da informação.
O CRID pretende atingir três objectivos: (1) a avaliação e diagnóstico de equipamentos e estratégias de utilização adequadas a pessoas com deficiência; (2) a formação de profissionais de escolas, hospitais, associações e entidades que trabalham com cidadãos deficientes; e (3) estudar o potencial de desenvolvimento, concepção ou adaptação de tecnologias na área das ajudas técnicas.

Links:
http://www.crid.esel.ipleiria.pt/
http://revistaperspectiva.info/index.php?option=com_content&task=view&id=276

Centro de Engenharia de Reabilitição em Tecnologias de Informação e Comunicação (CERTIC) - Desenvolve a sua actividade orientada para a aplicação da ciência e da tecnologia na melhoria da qualidade de vida de populações com necessidades especiais, nomeadamente pessoas com deficiência, idosos e acamados em áreas como o acesso a tecnologias de informação e comunicação e serviços conexos, educação, trabalho, saúde e melhoria das capacidades funcionais.
Entre várias iniciativas, têm merecido especial atenção: (1) a promoção da acessibilidade às tecnologias de informação e comunicação (computador, software, Internet, conteúdos digitais, telecomunicações, televisão); (2) a pesquisa, avaliação e divulgação de ajudas técnicas; (3) o apoio às necessidades educativas especiais das escolas do distrito de Vila Real; (4) o desenvolvimento de projectos de tele-reabilitação; (5) a colaboração na implementação do Programa Nacional para a Participação dos Cidadãos com Necessidade na Sociedade da Informação.

Link:
www.acessibilidade.net/certic_utad.php

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Fora da Escola:


O esforço não pode ser concentrado só nos jovens, sob pena de termos amanhã uma população adulta excluída da aprendizagem e da qualificação. A educação ao longo da vida faz parte do processo de passagem de uma sociedade de base industrial para uma sociedade baseada no conhecimento.

Bibliotecas públicas
A biblioteca pública é uma porta para suprimir barreiras de natureza económica, tanto por parte dos jovens como da população mais adulta, possibilitando a experimentação, tanto por motivos lúdicos como de aprendizagem. Há que estabelecer uma profunda ligação com a comunidade em que a biblioteca se insere promovendo actividades de animação cultural a partir do livro - exposições, encontros com autores, sessões de teatro, cinema, e música, etc., devendo igualmente ser melhorada a publicidade das Bibliotecas, de modo a que a sua existência, localização e serviços prestados não possam ser desconhecidos de ninguém.

Para além de cativar a população, as Bibliotecas nacionais necessitam igualmente de melhorar o serviço a ela prestado. Neste âmbito cabe:

A Rede de Conhecimento das Bibliotecas Públicas
Criada pelo IPLB, com o apoio do POSI (Programa Operacional Sociedade de Informação), é um projecto que visa a criação de uma verdadeira rede de bibliotecas públicas, que pretende (1) promover o acesso público gratuito em banda larga nas bibliotecas da RNBP; (2) criar serviços interactivos e novos canais de comunicação que estimulem a leitura, cativem novos públicos e melhorem a qualidade dos serviços prestados aos utilizadores actuais; (3) disponibilizar ferramentas de gestão para as bibliotecas municipais. Se estes objectivos forem alcançados, estar-se-á a contribuir para uma melhoria do ensino, um aumento do acesso à cultura e ao conhecimento, e, em consequência, da aquisição de novas competências por todos os cidadãos, sem excepção.
Link: http://www.iplb.pt/


O exemplo da Biblioteca Municipal de Sintra: Espaço Internet de Sintra.
– Ponto de encontro e familiarização dos cidadãos com a TIC, levando a cabo a prossecução de uma estratégia de maior coesão social e de combate à info-exclusão.
Link: http://www.cm-sintra.pt/Artigo.aspx?ID=2845


Autarquias locais
Algumas autarquias, atentas à importância que a sociedade da informação e do conhecimento tem junto das suas instituições e cidadãos, estão a dar passos que se poderão revelar decisivos, dotando-os das ferramentas indispensáveis para o combate à info-exclusão.

Algumas iniciativas:

MUTIC - Unidade de Apoio Tecnológico do Município de Évora. Projecto que pretende combater a info-exclusão ao promover a dinamização da utilização de tecnologias e a literacia digital.
Link: http://www.cm-evora.pt/mutic/Apresentacao.htm


Net Sobre Rodas
Projecto levado a cabo pelo esforço conjunto das cinco autarquias do Entre Douro e Vouga - Arouca, Oliveira de Azeméis, Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Vale de Cambra - que consiste na utilização de duas carrinhas, equipadas com computadores portáteis, para o desenvolvimento de acções junto da população e das instituições locais, com o objectivo de divulgar e massificar a utilização das TIC e da Internet.
Link: http://www.edvdigital.pt/pt/index.php?option=com_content&task=view&id=11&Itemid=33


Outras iniciativas institucionais:

Criação de quiosques e postos de informação pública
Consiste na colocação de computadores com software de utilização amigável em locais de acesso público, tais como autarquias locais e organismos oficiais, com o objectivo de assegurar o acesso às tecnologias de informação dos cidadãos que não disponham de computador.

O sistema mais visível é o Infocid
Infocid é o Sistema Inter-departamental de Informação ao Cidadão, lançado em 1993 pelo Secretariado para a Modernização Administrativa, que utiliza tecnologia multimédia (texto, imagem, som e movimento), e permite o acesso fácil e gratuito à informação. Os terminais encontram-se colocados em quiosques orientados para a via pública, em locais de grande afluência de cidadãos.
O Infocid disponibiliza informação sobre um vasto conjunto de temas - Cidadão e Família, Saúde, Educação, Juventude, Vida Cívica, Trabalho, Emprego e Formação, Segurança Social, Direito e Tribunais, Habitação, Empresa e Economia, etc..
Possui também disponíveis 21 aplicações específicas, tais como Simulação do IRS, Cálculo da Retenção da Fonte do IRS, Calendário Fiscal, Cálculo do Incentivo ao Arrendamento Jovem, Crédito à Habitação, Resultados Eleitorais, Parques e Reservas, Turismo, etc.. O projecto foi considerado exemplar pelo organismo da OCDE para a área da Administração Pública, o PUMA.


Lamenta-se, contudo, que muitos dos terminais se encontrem actualmente inoperacionais e mesmo vandalizados, levando a que nos interroguemos sobre a importância que a Administração Pública atribuirá ainda a esta (dispendiosa) iniciativa.
Link: http://www.esterkaufman.com.ar/sitios/gobierno_electronico_y_SI/Contenidos%20Portal/Port%20Infocid%20vent%20unica.htm

quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Onde começar: a escola

Um meio privilegiado de actuação para combater a desigualdade de condições de acesso é o sistema de ensino. A escola terá de desempenhar um papel essencial na eliminação de assimetrias originadas por distintas condições de acesso em cada lar, as quais são função do estrato económico da família.


Um pouco de história:

As tecnologias na educação em Portugal têm sido impulsionadas por várias iniciativas de âmbito nacional, principalmente junto das escolas.

Projecto Minerva
O Projecto MINERVA foi um projecto do Ministério da Educação, que vigorou entre 1985 e 1994. Focou a sua atenção na introdução das Novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) nas escolas do ensino não-superior.

Nónio Século XXI
O programa Nónio-Século XXI teve início em 4 de Outubro de 1996 e terminou em finais de 2002. Visava, segundo os responsáveis, re-equacionar o papel das Tecnologias da Informação e Comunicação nas escolas.

Uarte - Internet na Escola
Projecto iniciado em 1997 e concluído em 2003. O seu objectivo era assegurar a instalação de um computador multimédia e a sua ligação à Internet na biblioteca/ mediateca de cada escola do ensino básico e secundário.

Edutic
Unidade do Ministério da Educação, criada em Março de 2005, para dar continuidade à actividade do Programa Nónio Séc. XXI. Passados 4 meses (!) foi extinta, sendo todas as suas competências transferidas para a Equipa de Missão Computadores, Redes e Internet na Escola: CRIE.

CRIE
Criado em Julho de 2005, tem como principal objectivo a instalação de Computadores, Redes e Internet na Escola.

Ciência Viva
Este projecto tem como principal objectivo o apoio a acções dirigidas para a promoção da educação científica e tecnológica na sociedade portuguesa, em especial nas camadas mais jovens e na população escolar dos ensinos básico e secundário.

UMIC
A UMIC (Agência para a Sociedade do Conhecimento), criada em 2004, é o organismo público português com a missão de coordenar as políticas para a sociedade da informação e mobilizá-la através da promoção de actividades de divulgação, qualificação e investigação.
Link: http://www.umic.pt/

Ligar Portugal
Projecto criado em 2005 e tendo como meta final 2010, com o objectivo de ligar todas as escolas por banda-larga.
Link: http://www.ligarportugal.pt/

Programa @escola
Apresentado oficialmente em Junho de 2007, pretende constituir um Fundo para a Sociedade de Informação que permita a aquisição, por parte de professores e alunos até ao 10º ano de escolaridade de um computador com acesso à Banda Larga em condições excepcionais.
Link: http://www.eescola.net/

Sociedade de Informação/Acessibilidade


A sociedade da informação tem de ser uma sociedade para todos. Para isso, é necessário qualificar todos os estratos sociais de modo a que se estabeleça uma relação natural com as tecnologias da informação e que se torne possível o acesso em locais públicos sem barreiras de natureza económica que contribuam para acentuar a estratificação social existente.